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IZA: Dona de Si

"Afrodhit" traz a potência feminina e um encontro íntimo consigo mesma

por Gabriela Rassy 8 ago 2023 15h32

IZA acaba de lançar seu segundo e aguardadíssimo álbum em meio a um momento de libertação pessoal. Quem nunca ficou com um embuste que atire a primeira pedra. Ainda mais um que controla sua carreira, além da vida pessoal – Gal Costa nem descansar em paz pode. Agora, livre das amarras e podas, a artista coloca no mundo um trabalho que tem sua energia. “Me sinto mais completa, muito mais certeira. Por mais que o nome antigo fosse ‘Dona de mim’, eu me sinto muito mais dona de mim agora”, afirma IZA, que chegou a jogar fora um álbum pronto e começar “Afrodhit” do zero, em fevereiro deste ano.

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(IZA/Divulgação)

Até então, quem produzia o trabalho era Sérgio Santos, ex-marido da cantora, de quem ela se divorciou em outubro de 2022. Recentemente, um colunista do Splash UOL publicou um desfecho nada amigável da separação, que custou cerca de 3 milhões a IZA.

De amor novo e vivendo um misto de empoderamento, tesão e amargura, ela chega com uma nova persona. Uma deusa grega que tem total controle da narrativa de sua própria história. “Ou fica pra vida toda ou pra nunca mais/ anel no dedo, dedo no block, quem você quer enganar?”, canta na faixa de abertura, “Nunca Mais”.

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(IZA/Divulgação)
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“‘Afrodhit’ é 100% eu. Acho que me reencontrei como artista com esse álbum. Passei por um processo de evolução para conseguir falar sobre coisas que aconteceram ou então sobre coisas que eu não me sentia confortável para falar antes, como por exemplo falar de sexo mais explicitamente, como deixar claro sobre o que é cada música. Eu tô vivendo um momento muito especial de criatividade e isso é muito incrível”, conta aliviada.

“Acho que me reencontrei como artista com esse álbum. Passei por um processo de evolução para conseguir falar sobre coisas que aconteceram ou então sobre coisas que eu não me sentia confortável para falar antes, como por exemplo falar de sexo mais explicitamente”

O título do disco é uma união da deusa grega Afrodite com a sonoridade que tem grande peso nas influências desta nova fase. “Me aproveitei muito da etimologia do afrobeat, a música preta. Acho que tudo que tá ali é música preta, em sua maioria, e é uma forma inclusive de encontrar esse nome”.

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(IZA/Divulgação)
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Gata, tu desmonta qualquer homem

O primeiro single que abre os trabalhos do álbum é “Fé nas Maluca”, que ganhou um clipe poderoso ao lado de MC Carol. O tom é de poder feminino. “Gata, tu desmonta qualquer homem (Qualquer!) / Quem é furacão Katrina? / Fé nas maluca / Vicia mais que cocaína”.

Para o clipe, IZA traz ainda referências cinematográficas que abrem a narrativa do álbum como um todo. “Eu sempre fui meio nerd. Adoro o desenho Steven Universe e a personagem a Garnet. Eu nunca tinha visto uma super-heroína que fala com uma voz assim (diz engrossando a voz), que é retinta como eu e é uma fusão de duas minas. Eu achava ela muito maravilhosa e eu queria contar uma história que tivesse esse misticismo”.

Para chegar nesse ser “que não fosse nem humano nem extraterrestre”, IZA usou outras referências da adolescência, como os longas “Splash, Uma Sereia Em Minha Vida” e “Cocoon”, além da estética de “Bacurau”.

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Amarrando tantas referências e dando sentido à história, ela chegou na divindade. “Afrodite é essa deusa que volta pra terra de tempos em tempos, então aquelas placas que a gente vê no clipe, aquelas imagens, um rosto, é como se fosse a representação da Afrodite de outros povos, de outras vezes que ela veio”, conta.

“Dessa vez, ela vem desse jeito e se manifesta de uma forma intraterrestre – eu sei, é uma viagem, me acompanhe. Como a gente vê no prólogo, ela se formou ali no seio da terra e vem para o mundo para se sujar de vida mais uma vez e experienciar o amor. Esse álbum é sobre amor próprio. Início, término, momentos”.

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