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Elástica recomenda: clube do crime, tarot e películas

Literatura, misticismo, cinema e fotografia para driblar o tédio

por Redação Atualizado em 18 fev 2022, 11h22 - Publicado em
18 fev 2022
00h44
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(Clube Lambada/Ilustração)

razemos boas notícias: mais um fim de semana chegou e, com ele, a nossa lista de recomendações para remediar o tédio e preencher suas horas vagas. É claro que a gente também recomenda que você saia – evitando aglomerações, se possível – para parques, tomar um sol, ver gente (de longe e de máscara) na rua. Mas a gente também capricha nas recomendações culturais para caso você prefira o conforto do sofá. Nesta semana, tem livros envolventes sobre crimes para ler numa tacada só, leitura de tarot para cada signo para agradar o jovem místico que mora dentro de você e um perfil especial para os amantes de cinema e fotografia, mostrando quais filmes foram usados para registrar algumas produções. Série-maníacos e fãs de streaming também podem respirar aliviados, porque além de uma das produções mais comentadas do mês, temos também uma dica de filme sensível que fala sobre um importante assunto: HIV. Se for assistir, prepare o lencinho. Boa leitura e bom fim de semana!

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(Editora Intríseca/Divulgação)

laís

Clube do crime das quintas-feiras
Quatro amigos aposentados se encontram às quintas feiras para resolver assassinatos. Os protagonistas do livro de Richard Osman têm todos mais de 70 anos, vivem na pacata comunidade Cooper’s Chase e, antes de se aposentarem, exerciam profissões muito úteis para desvendar os casos em que o clube se intromete: Ron era líder sindicalista, Joyce foi enfermeira a vida toda, Ibrahim, psiquiatra e Elizabeth, censurado. Aproveitando-se da fachada de velhinhos queridos que gostam de beber vinho, eles ajudam a polícia a chegar aos culpados (mas não logo de cara, porque senão a diversão seria menor).

O texto é viciante, como um bom romance policial, mas engraçado, como um bom romance policial que subverte as expectativas – porque ninguém espera que a Joyce, senhorinha fofinha que tem sempre algum bolo pra oferecer, seja também uma bad ass (spoiler: ela é). Os direitos de adaptação pro cinema já foram comprados e eu mal posso esperar (mas, na minha cabeça, a Elizabeth é interpretada pela Nair Bello Elástica recomenda: clube do crime, tarot e películas).

Clube do crime das quintas-feiras(se você curtir igual eu e ficar triste que acabou rápido, tem mais um livro com os mesmos personagens: O homem que morreu duas vezes)

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bia

Kodak Shot on Film
Se você, assim como eu, ama fotografia analógica, vai adorar conhecer o conteúdo do blog Shot on Film da Kodak. Lá, eles escrevem sobre longas-metragens, séries e clipes que usaram filmes 35mm ou 16mm na hora de gravar. Há entrevistas com os diretores de fotografia, imagens de bastidores e frames das produções junto com as descrições das películas. 

O site mostra, por exemplo, que para o filme Licorice Pizza – que estreia em 17 de fevereiro no Brasil –  o diretor Michael Bauman fotografou usando o negativo colorido KODAK VISION3 500T 5219 para cenas noturnas e com pouca luz, o negativo colorido KODAK VISION3 200T 5213 para interiores/exteriores diurnos e o negativo colorido KODAK VISION3 50D 5203 para exteriores diurnos. A ideia foi evocar a vibe dos anos 1970 com bastante contraste, distorções da imagem e reflexos azuis. 

“Adoro filmar com película por vários motivos”, diz ele. “O primeiro deles é a maneira gentil e realista com que captura a pele. Além disso, há uma qualidade única na imagem, uma suavidade que é difícil de alcançar no digital.” Além do site, também é possível acompanhar a página do Instagram.

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joão

Canal Paula Prado no Youtube
Meus amigues mais próximos já me ouviram falar disso mais de uma vez. Também já enchi o saco de todes pra verem os vídeos milhares de vezes – e sigo tentando com quem ainda não deu o braço a torcer. E, hoje, venho finalmente compartilhar essa dica preciosa aqui.

Paula Prado é carioca e publica, todo final de mês em seu canal de YouTube, leituras de jogos de Tarot específicas para cada signo astrológico. Descobri a astróloga e taróloga por recomendação em algum tweet aleatório. Estava no meio do processo de um término e ela parecia falar diretamente para mim sobre como tudo aconteceu durante o mês anterior. Depois disso, entrar no canal no fim de cada mês se tornou uma espécie de ritual do meu início de mês. Esse momento de identificação repentina e direta não me aconteceu apenas uma vez, é recorrente durante os jogos e por isso recomendo a quem amo e quero bem. Ou talvez seja apenas a mais simples expressão taurina do carinho, do cuidado com a ilusão de um controle e um pézinho no misticismo.

Geralmente, dou play nos vídeos de 3 signos: Touro, que é meu sol (o que eu assisto com mais atenção, confesso), Áries, que é a minha lua, e Escorpião, que é meu ascendente. Ela segue a astrologia védica, uma interpretação asiática e principalmente indiana, que se difere em alguns pontos e ciclos da astrologia tropical, a que costumamos seguir no ocidente. Mas vale ressaltar que, apesar das diferentes formas de ler o céu e as estrelas, a leitura de tarot, por sua vez, tem muito mais a ver com energias e intenções, como Paula explica nesse vídeo: 

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Espero que depois desse recomenda você dê play em algum vídeo para escutar o carismático e acalentador “Bem-vindos à (insira mês aqui), (insira seu signo aqui)! E aí, como vocês estão? Eu espero que bem! Eu espero que ótimos!” e se espante com a precisão ou coincidência dos jogos! 

{Nota do editor: o João me converteu ao tarot da Paula Prado e é realmente babado}

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(Netflix/Divulgação)

alê

Inventando Anna
Em uma edição anterior do Recomenda, falei sobre Generation Hustle, série documental que fala sobre golpes que os millennials estadunidenses criaram, aplicaram e os levaram à fama em boa parte do mundo – pelos motivos errados. Um dos episódios fala sobre Anna Delvey – na verdade, Anna Sorokin –, golpista russa que, de tão infame e conhecida pelos milhões que movimentou e por ter enganado o alto escalão de Wall Street, ganhou uma série escrita por Shonda Rhimes. “Tudo nessa série é completamente verdade, exceto as partes que foram completamente inventadas”, diz o slogan principal da nova produção da Netflix.

Baseada em fatos reais, mas com uma dose de drama e humor que só Shonda sabe colocar em seus trabalhos, Inventando Anna é daquelas séries que dá vontade de assistir numa tacada só. São 9 episódios que, além de contar a história da estelionatária, mostram também como foi a apuração jornalística que denunciou os esquemas de Anna, feita pela repórter Vivian Kent. Para quem gosta de investigação e reviravoltas, é um prato cheio.

Inventando Anna, na Netflix

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(HBO/Reprodução)

The Normal Heart
Li muitas coisas sobre HIV essa semana por conta da notícia que uma mulher foi curada do vírus após um transplante bem-sucedido de células-tronco. O fato, noticiado ao redor do mundo e digno de comemoração, é claro, me fez pensar que também deveríamos falar sobre prevenção, respeito e políticas públicas para quem vive com HIV com o mesmo entusiasmo. E todo esse papo me fez lembrar também de um dos filmes mais tristes, sensíveis e necessários que assisti sobre o tema, The Normal Heart. A produção não é nova (foi lançada em 2014), é dirigida por Ryan Murphy e escrita por Larry Kramer, baseada em sua própria peça teatral de 1985 de mesmo nome. Com Mark Ruffalo e Matt Bomer como protagonistas, o longa conta a história dos primeiros anos da AIDS nos Estados Unidos e como uma geração inteira de homens gays foi apagada e sofreu com preconceito e e estigma. O filme tem ainda Julia Roberts, Jim Parsons e Jonathan Groff em boas atuações. Minha única dica adicional é: prepara o lencinho.

The Normal Heart, na HBO Max

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🥠  biscoito da sorte 🥠

Se a reunião for na hora do almoço, ela provavelmente pode ser um e-mail.

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