ome office, reuniões por Skype, festas por Zoom, drive-ins, lives, compras on-line, aulas à distância. Da noite para o dia, a pandemia forjou em nós hábitos que adotamos nestes cinco meses de distanciamento social no Brasil. Mas, ainda em meio a esta grave crise, dá para esboçar como será o mundo depois da Covid-19? “Se alguém me oferecer um guia do que fazer após a pandemia, eu não aceito”, diz a consultora e professora da FAAP Iza Dezon, que há quase uma década estuda macrotendências. “Ainda não tem como saber, isso não é uma situação que a gente já viveu, não é um terremoto, não é um tsunami. Detesto comparações com a gripe espanhola, não tem nada na vida das pessoas [naquela época] que seja remotamente parecido com o que está acontecendo agora”, completa Iza, que durante 40 dias dividiu em seu perfil no Instagram reflexões sobre o futuro e segue fazendo entrevistas sobre o tema na rede social.
“No início da pandemia, vimos uma ansiedade muito grande em se prever um novo normal, de se traçar como a humanidade vai se comportar depois da pandemia. Mas a gente não pode fazer isso porque existem muitas realidades, muitas necessidades diferentes”, diz André Carvalhal. Para o consultor, que também vem dividindo vários insights sobre a pandemia em seu perfil no Instagram, serão vários novos comportamentos. “Cada pessoa e cada grupo vai experimentar tudo isso de um jeito diferente.”
Além dessa ansiedade, também se cogitou uma grande mudança da humanidade após a Covid-19. “No início, a gente via a pandemia como uma oportunidade de transformação. Depois dela, todo mundo ficaria bonzinho, consumiria menos e o planeta se regeneraria. Apesar da pandemia ainda não ter passado, tenho percebido, ao longo desse processo, que ela funciona muito mais como um acelerador do que um [agente] transformador. Vejo que muitos processos que já estavam em curso estão acelerando”, diz André.
Se ainda não dá para esboçar o que vem depois da crise, listamos as mudanças em curso e que a pandemia apressou: